
De visitas anteriores ao Brasil o pianista cubano
Gonzalo Rubalcaba, 44, levou parcerias até para o exterior -caso de João Bosco, com quem excursionou pela Europa em 2006. Mais uma vez no país, o jazzista, cuja carreira deslanchou nos anos 80 com o apoio do lendário
Dizzy Gillespie (1917-93), homenageia Bosco e outro brasileiro com quem também já subiu ao palco, Ivan Lins. "Desenho de Giz", "Linha de Passe" e "Papel Machê", que incluem a assinatura de Bosco, e "Começar de Novo", de Lins e Vitor Martins, estão no repertório que o pianista toca com a Orquestra Jazz Sinfônica hoje e amanhã, na série
Jazz+, no
Memorial da América Latina. Foi de Rubalcaba a idéia de tocar músicas brasileiras e, em particular, dos dois compositores, em negociações por e-mail com o maestro João Maurício Galindo -que evoluíram para conversas por telefone, porque o pianista deixava passar dias entre uma mensagem e outra. "Ajudou na escolha eu já ter tocado com Bosco e Ivan, porque sabia do que se tratava. Daí pediram músicas minhas e falei para o maestro escolher. Foi uma democracia", disse Rubalcaba anteontem, após o primeiro ensaio com a orquestra, quando pediu aos músicos que tocassem "mais tranqüilamente" sua composição "Paseo con Fula". A música ganhou novos arranjos para a ocasião, assim como "Joan" e "Santo Canto". "É outra forma de ouvir meu trabalho. É outro acabamento, a visão de outras pessoas, e isso é enriquecedor", diz. Vivendo na Flórida há 11 anos, o pianista mantém em sua obra a influência da tradição rítmica cubana. Sem Rubalcaba, a orquestra interpreta uma inédita de
Cyro Pereira, "Encontro com Jacob", e "Valsa de Hollanda", de Cíntia Zanco. Sozinho, o pianista, dado a improvisar também no repertório, promete tocar mais duas próprias. (Raquel Cozer para a Folha de São Paulo).
ORQUESTRA JAZZ SINFÔNICA E GONZALO RUBALCABA Quando: 10 e 11 de outubro, às 21h Onde: Memorial da América Latina (r. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, tel. 0/xx/11/3823-4768) Quanto: R$ 60