Nobel de Física gosta de Thelonious Monk

O Prêmio Nobel de Física foi concedido este ano ao francês Albert Fert e ao alemão Peter Grünberg pela descoberta da "magnetorresistência gigante" (GMR, em inglês), que revolucionou as técnicas informáticas para extração e armazenamento de dados dos discos rígidos (HD).Fert nasceu em 1938 em Carcassone (França) e, após se formar em Matemática e Física em Paris, tornou-se doutor pela Universidade de Paris-Sul com um trabalho sobre "As propriedades de transporte do níquel e do ferro". O cientista francês, de 69 anos, trabalha como professor de Física na Universidade de Paris-Sul e como diretor científico da Unidade Mista de Física do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS-Thales) da França.Sua pesquisa no campo da condensação física da matéria permitiu, em 1988 - mesmo ano do estudo de Grünberg -, a descoberta do gerador de magnetorresistência gigante, o que trouxe para os dois pesquisadores o prêmio conjunto de Novos Materiais da Sociedade Americana de Física (1994). Em 1994 e em 1997, Fert e Grünberg receberam, "ex aequo" (com o mesmo mérito), os prêmios de Magnetismo da União Internacional de Física Pura e Aplicada e o de Eurofísica Hewlett-Packard.Este ano, eles receberam conjuntamente o Prêmio Japão, da Fundação de Ciência e Tecnologia desse país, e o Prêmio da Fundação Wolf, de Israel. Fert, filho e irmão de físicos, revela ser fã dos filmes do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, da paisagem dos Pirineus de sua infância e da música do pianista de jazz Thelonius Monk. O alemão Peter Grünberg nasceu em 1939 em Pilsen, atual República Tcheca. Em 1946, após a Segunda Guerra Mundial, sua família foi expulsa do país junto com a minoria alemã e se mudou para Lauterbach, uma pequena localidade no estado de Hessen, onde estudou. Formou-se em Física pela Universidade Johann Wolfgang Goethe de Frankfurt, em 1962, e concluiu o doutorado em 1969, na Universidade Tecnológica de Darmstadt. Grünberg desenvolveu sua carreira de pesquisador na Alemanha (Jülich e Colônia), no Canadá (Ottawa), nos Estados Unidos (Illinois) e no Japão (Sendai). O premiado dedicou 32 anos de sua vida ao Centro de Pesquisas de Jülich, de onde se retirou oficialmente em 2004, apesar de seguir com seu trabalho e manter uma sala no centro. Grünberg, que toca violão clássico e pratica esportes com freqüência, disse em 1998, após receber o prêmio Alemão de Futuro, que preferiria apresentar algo novo no âmbito da economia de energia e do meio ambiente a fazer o mesmo no da informática (Folha de São Paulo).

Museu