Projeto Pixinguinha em Vitória

Vitória é uma das 17 cidades brasileiras selecionadas para receber caravanas do Projeto Pixinguinha, que conta com 112 shows em sua programação comemorativa de 30 anos. A primeira delas se apresentará neste sábado (17/11/07), quando a caravana de número 3 traz Monarco (foto ao lado), “o malandro histórico da Portela”, e Paulo Padilha, ex-integrante do grupo instrumental Aquilo Del Nisto. O evento será realizado no Theatro Carlos Gomes, às 20 horas. Os ingressos – a R$ 5,00 inteira e R$ 2,50 meia-entrada – serão vendidos na bilheteria do teatro. O evento é uma realização da Funarte, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com patrocínio da Petrobras. Vitória receberá quatro caravanas do projeto até fevereiro. Os artistas se apresentam com Everton Germano (sopros), Fernando Brandão (cavaquinho), Nilson Visual (surdo e tamborim), Rogério Caetano (violão de 7 cordas), Leonardo Mendes (violão de aço, baixo e vocal), Ricardo Valverde (percussão e vocal) e Samba Sam (percussão e vocal). De Vitória, a caravana segue para o Rio de Janeiro. O agitador cultural carioca Hermínio Bello de Carvalho, criador do projeto, foi convidado para ser seu curador e sugeriu o registro em vídeo dos 16 espetáculos do Projeto Pixinguinha, que farão parte da memória da música brasileira. A direção do show das caravanas é de Cláudio Lins. São 30 anos fazendo o Brasil cantar, emocionar-se e aplaudir a música brasileira. E o Projeto Pixinguinha não poderia entrar na casa dos 30 em melhor forma: colocando mais talento na estrada, para rodar o Brasil em caravanas que levam o melhor da pluralidade e da riqueza da nossa música a todas as regiões do País, com preços acessíveis. E a fila para os parabéns é longa: Adriana Calcanhoto, Djavan, Zeca Pagodinho, Zélia Duncan, Zé Ramalho e Zizi Possi são alguns dos artistas lançados nacionalmente pelo Projeto, criado em 1977. Cartola, Elizeth Cardoso, Monarco, Nara Leão, Paulinho da Viola e Radamés Gnattali, já conhecidos, viajaram o Brasil inteiro em caravanas musicais que, desde a sua concepção, se propõem a difundir, de forma democrática e popular, o trabalho dos músicos brasileiros e dar vazão à diversidade da produção musical nacional. Na fila para as congratulações estão também centenas de integrantes das equipes, músicos, produtores e o público que, juntos, assistiram ao melhor de todos os espetáculos: a música brasileira. Considerado com uma das principais figuras do samba carioca, Monarco – ou Hildemar Diniz – traz em sua trajetória cinco décadas a serviço da música brasileira. O “malandro histórico da Portela”, onde é membro da Velha Guarda, sabe descrever como ninguém o espírito carioca, interpretando o samba tradicional, de raiz, de terreiro, com a dolência e a elegância que só a tradição, aliada ao talento, produzem. Reconhecido por público e crítica como patrimônio da música brasileira, entretanto gravou apenas quatro discos em 50 anos de carreira. Recebeu, entre outras homenagens, o Prêmio Sharp de Melhor Disco de Samba, em 1995 (A Voz do Samba) e também o prêmio Tim de Música, em 2004. Suas composições, em parceria com Manacéa e Candeia, entre outros, foram gravadas por artistas como Clara Nunes, Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho e João Nogueira. No repertório do show, algumas das relíquias de sua autoria, como Vai Vadiar, Passado de Glória e Coração em Desalinhos, além de versões repaginadas de Aquarela do Brasil, Deixa o Carnaval e Portela na Avenida. No Pixinguinha, ele terá um show registrado em vídeo pela primeira vez em sua carreira. Ex-integrante do grupo instrumental Aquilo Del Nisto, que integrou o elenco do Free Jazz Festival de 1989 e foi indicado ao Prêmio Sharp, o paulista Paulo Padilha é compositor, cantor, instrumentista e arranjador. Nos shows do Projeto Pixinguinha, mostra o repertório de seu terceiro CD solo, Samba Deslocado, Descolado Samba (Dabliú Discos), lançado em 2006. No novo trabalho, várias vertentes do samba (partido alto, samba-funk, samba de roda, bossa nova, época de ouro, samba de breque, samba-rock), são alinhavadas à música pop, funk e à MPB, como nas músicas em Bagunça, Samba Estranho, Preconceito e Só Deus Sabe o Que Ela Quer. (Fonte: Secult).

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