Lee Morgan por Vinicius Mesquita

Lee Morgan devorou a década de 1960. Quando o trompetista deixou o Jazz Messengers do baterista Art Blakey, em 1961, já era aclamado como um dos músicos mais inventivos e virtuosos do jazz de sua época, pontuado pelas vibrações do hardbop. E, em 1963, após a gravação do álbum 'The Sidewinder', virou uma estrela da música popular norte-americana, alcançando as primeiras posições das paradas da Billboard, feito raro para um jazzista tradicional. Lee Morgan assumiu a cadência do hardbop com tanta perfeição que não seria um absurdo considerá-lo o mestre do gênero que polarizou o jazz dos anos 60 com o free. Morgan era incansável, dedicava-se a compor desde músicas dançantes até baladas. Atento às flutuações do jazz, dividia as estruturas de suas peças com blues, mambo, chachachá e até com os improvisos modais tão intensamente propostos por Miles Davis e Bill Evans. Seus discos impressionavam e a criatividade parecia inesgotável. Neste programa, vamos colocar algumas composições fundamentais de Lee Morgan dos anos 60, passando por álbuns como 'Leeway', (1960), 'The Sidewinder' (1963), 'Search For The New Land' (1964)', 'The Gigolo' (1965), Charisma (1966), 'Caramba' (1968) e Taru (1968). Estarão presentes alguns companheiros fundamentais para o desenvolvimento da música de Morgan, como o pianista Cedar Walton, o baterista Billy Higgins, o baixista Reggie Workman e o saxofonsita Bennie Maupin. Outros convidados ilustres também se destacaram em gravações ao lado do trompetista: Herbie Hancock (piano), Wayne Shorter (sax), Joe Henderson, Jack McLean e Hank Mobley (sax), George Benson e Grant Green (guitarra).A carreira de Morgan, entretanto, durou pouco. Em 1972, quando tinha 34 anos, foi assassinado pela namorada Helen Moore em um clube de Nova York. (Fonte: Vinicius Mesquita para o UOL).

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